terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Lançamento do Tattva-dipika de Baladeva Vidyabhushana

                                                                          
[Capa do Livro Tattva-dipika: luz na verdade, de B. Vidyabhusana, 
traduzido para o Inglês por Dr. Demian Martins]


08 de outubro de 2016

Dr. Demian Martins: Celebrando o quinto ano desde que o Projeto Baladeva Vidyabhushana foi lançado, estou feliz em anunciar o lançamento do Tattva-dipika [em inglês], um tratado indispensável para aqueles que desejam adquirir um entendimento mais aprofundado da filosofia do Senhor Caitanya em comparação com outras escolas de pensamento.

Embora os vaishnavas não enfatizem a lógica acima da devoção, sob a pressão do ambiente social deles e a necessidade de apresentar argumentos consistentes, à luz de suas visões teológicas, muitos deles deram contribuições substanciais no campo da filosofia. Desde seus próprios acaryas-fundadores até o dia de hoje, a Sri-sampradaya e a Madhva-sampradaya são destacadas por ter alguns dos maiores intelectuais na história. O patrimônio inteiro de seus legados literários reúne centenas de livros, concernentes a vários ramos do conhecimento. [...] No outro extremo, a exploração filosófica dos Advaitavadis suplantaram as dos Vaishnavas em dimensão. [...] A difusão e produção contínua de tais empreendimentos intelectuais são percebidos ainda hoje, por enquanto a maioria das universidades indianas oferecem o Advaita Vedanta como disciplina principal, relativamente poucas oferecem o Vaishnava Vedanta como opção.

Sri Caitanya Mahaprabhu apareceu numa fase muito prolífica na história da filosofia indiana. Navadvipa, na Bengala Ocidental, era então conhecida como o maior centro de intelectualidade, aonde a juventude de diferentes partes do país aglomerava-se para estudos avançados. [...]

Apesar de muitas centenas de anos de legado filosófico anterior a eles, os principais seguidores do Senhor Caitanya não tiveram muito interesse em discutir diretamente a filosofia ortodoxa. Entre os Seis Gosvamis de Vrindavana, Sri Jiva Gosvami (cerca de 1513-1608 d.C.) foi o único que lidou com as diferentes visões de diferentes escolas filosóficas. Antes de ir para Vrindavana, ele passou mais de uma década estudando em Varanasi, onde adquiriu um sólido histórico em Samkhya, Yoga, Nyaya, Vaiseshika, Mimamsa e Vedanta. Ele revela seu domínio nestes sistemas em seu Sarva-samvadini, escrito como um auto-comentário aos Bhagavata-sandarbhas.

Foi apenas no século dezoito que a Gaudiya sampradaya foi abençoada por um filósofo que pôde ser um segundo à Jiva Gosvami, e um terceiro ainda está para ser visto. O aparecimento de Sri Baladeva Vidyabhushana (cerca de 1700-1793 d.C.) foi de fato em tempo, quando havia uma necessidade de estabelecer a legitimidade da linhagem e da filosofia Gaudiya, quando elas estavam sendo questionadas. Vidyabhushana efetuou isto escrevendo comentários à escrituras padrão, tais como os Brahma-sutras, Dasopanishad e Bhagavad-gita. Ao lado disso, ele também autorou tratados originais como o Tattva-dipika. [...] De modelo similar, ao final do Tattva-dipika, Vidyabhushana estabelece a superioridade de Acintya-bhedabheda. No entanto, é destacável que, apesar de seus ferozes criticismos de tantas filosofias, nenhum deles criticaram outros vaishnavas, como tem se tornado comum hoje em dia. [...]

Pode-se questionar o que motivou Vidyabhushana a escrever este livro, o qual, em sua maior parte, não trata diretamente de tópicos concernentes ao Senhor Krishna, a única coisa a qual os vaishnavas realmente anseiam ouvir e falar a respeito. [...] … Vidyabhushana não enviou cópias deste texto a diferentes locais, como ele fez no caso de muitos de seus outros livros, o que parece sugerir que ele tinha um propósito específico em mente. [...] uma vez que o Govinda-bhashya sobrepujava o Tattva-dipika, seria natural para o autor dar preferência à propagação do primeiro. Baladeva Vidyabhushana pode também ter sentido o ímpeto de dissuadir as almas inocentes das fascinações de sistemas filosóficos que não levam ao objetivo último da vida, como expressado por Vedanta Desika. Além disso, em suas palavras conclusivas, ele deseja que sua obra possa trazer alegria aos eruditos. [...]

Para mais informação sobre o Projeto Baladeva Vidyabhushana e para encomendar uma cópia do Tattva-dipika [em inglês], por favor, visite www.vidyabhusanaproject.blogspot.com



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Reprodução Livre CC, desde que atribuídas as autorias, fontes e não seja comercial
Tradução, ligações e resumo “[...]” por David Britto, em 20 de fevereiro de 2017
Convido os leitores a, por favor, me avisarem de possíveis erros de tradução, gramática e digitação.
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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A Heroína Mártir Vaishnavi S.G. Hladini Devi Dasi (ACBSP)

A Heroína Mártir Vaishnavi S.G. Hladini Devi Dasi (ACBSP)

Sua Graça Hladini Devi Das (ACBSP)

Nova Vrindaban Relembra Hladini Devi Dasi (ACBSP)

Por Nova Vrindaban Comunicações [reedição, apenas cronológica, pelo tradutor]

Hladini nasceu em 16 de janeiro de 1949. Seus pais lhe deram o nome de Linda Jury. Mais tarde, ela recebeu o nome Hladini de seu amado Guru Maharaja, Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, o Fundador-Acarya da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON).

Hladini cresceu em um subúrbio de Detroit [EUA] com seu irmão mais velho e irmã. Ela tinha muitos amigos e muitos animais, inclusive um cachorro chamado Pepperdoodle e um sapo chamado Herbie. Ela passava os verões dela numa cabana de férias da família. Hladini teve uma infância feliz.

Em 1969, Hladini casou-se com Mike Ryon. Como muitos jovens, Hladini e seu marido estavam procurando pela verdade e por um senso de preenchimento. Mike leu diferentes livros sobre Zen, Taoísmo e outras religiões orientais para encontrar respostas às muitas questões deles. Após Mike ler o livro intitulado "A Sabedoria de Deus" de Srila Prabhupada, ouvido os devotos cantando o maha-mantra Hare Krishna e provado a comida vegetariana grátis que eles serviram, ele ficou convencido de que pertencia aos devotos.

Mike e Hladini mudaram-se para o templo de Detroit. No início, Hladini entrou para o templo Hare Krishna simplesmente porque era o que seu marido queria. Logo, entretanto, Hladini convenceu-se de que o templo era o lugar certo para ela. Em março de 1970 ela escreveu para Prabhupada e pediu por iniciação espiritual. Prabhupada respondeu imediatamente por carta, na qual lhe deu o nome de Hladini.


Em 1972, Hladini e Mike mudaram-se para Nova Vrindaban. No final daquele ano, Mike deixou Nova Vrindaban permanentemente, enquanto Hladini escolheu ficar. Nova Vrindaban era sua casa. Logo, Hladini tornou-se um dos devotos mais populares em Nova Vrindaban.

"Eu me mudei para Nova Vrindaban da Zâmbia (no sul da África) em 1986 com meu marido e quatro crianças", disse Manasa Ganga devi dasi. "Hladini virou minha cabeça. Eu nunca havia encontrado alguém que fosse tão feliz. Ela tinha sempre um sorriso no rosto e era boa e gentil com todos, especialmente com as crianças. Hladini amava as crianças e as encorajava." Por dezoito anos, Hladini viveu e serviu em Nova Vrindaban.

Sua Graça Hladini Devi Dasi com as crianças

Em dezembro de 1989, Hladini tomou a dolorosa decisão de deixar o lugar tão querido por ela, e viajou para o oeste da África. Os devotos de lá gostaram tanto do serviço e da inspiração de Hladini que lhe deram a honra de ser secretária regional. Nesta função, Hladini viajou de centro em centro ensinando e ajudando os devotos de todas as formas possíveis.

Sua Graça Hladini Devi Dasi na África com as Deidades, devotos e Bhakti Tirtha Svami


Quando Hladini chegou à Monróvia, a capital da Libéria, o país estava atolado em um conflito civil fratricida. Os comandantes de sete grupos rivais lutavam por poder, enquanto havia fome em larga escala entre a população. Vendo o sofrimento do povo, os devotos do templo Hare Krishna em Monróvia aproximaram-se dos comandantes e organizaram-se para começar um programa Alimentos para a Vida.

O comandante que controlava Monróvia, Prince Johnson, concordou com a proposta e os devotos começaram um programa de distribuição gratuita de comida. Prince Johnson visitou o templo mais de uma vez e aceitou o Bhagavad-Gita Como-Ele-É dos devotos.

Quando a guerra se intensificou, o governo dos EUA ordenou que todos os cidadãos dos EUA evacuassem o país. Hladini teve que decidir se permaneceria em Monróvia ou retornaria por segurança à Nigéria. Verdadeira à sua natureza, a compaixão e misericórdia de Hladini pelos outros suplantaram qualquer preocupação que ela tivesse com sua própria segurança. Ela optou por ficar. Hladini era o único devoto sênior em Monróvia, e sua presença deu consolo aos devotos africanos nativos que não podiam sair.
Em 14 de junho de 1990, Hladini escreveu uma carta para Radhanath Swami, um amigo de Nova Vrindaban:

               "Aqui, nunca há um minuto de sossego. Agora estou encalhada na Libéria no meio de uma guerra para derrubar o governo. O aeroporto foi ocupado e eles pediram a todos os americanos e estrangeiros que deixem o país imediatamente. Os fuzileiros americanos enviaram 6 navios de guerra e 2.000 fuzileiros navais para evacuar os cidadãos. Estou apenas ajudando os devotos em tempos difíceis. Há escassez de comida pois todas as estradas estão bloqueadas e nenhum suprimento pode chegar. 150.000 pessoas fugiram do país nas últimas semanas. Todo dia pelo menos 10 pessoas são decapitadas e os rebeldes ainda estão a 65 quilômetros da cidade..."

Prince Johnson estava matando todos os suspeitos amigos e soldados do presidente anterior. Johnson também era conhecido por matar seus próprios homens em escala mais rápida do que o inimigo. A reputação do comandante de assassino insano incomodou alguns dos devotos, que então lhe escreveram uma carta dizendo que ele deveria parar a matança de pessoas.

Johnson, que não tolerava a mais leve crítica à suas ações, ficou furioso com a carta. Um bem-querente passou a mensagem aos devotos de que Johnson estava querendo se livrar deles. Naquele momento, era muito tarde para deixar o templo e pedir refúgio em outro lugar, já que muitos dos prédios na área estavam ou destruídos ou sendo controlados pelas tropas de Johnson. Os devotos ficaram no templo e deixaram seus destinos nas mãos do Senhor Krishna.

Domingo, 03 de outubro de 1990. O esquadrão da morte chegou ao templo Hare Krishna, na cidade capital de Monróvia, nas primeiras horas da manhã, e ordenou que os devotos saíssem. Sete devotos, cinco homens e duas mulheres, deixaram o templo e se enfileiraram para dentro do jipe que os aguardava. Johnson e seus homens carregaram de jipe os sete devotos que foram capturados. Dois devotos conseguiram escapar pela porta traseira e subiram as árvores para se esconder. Eles foram levados à uma curta distância da Ponte Sturton, onde os devotos foram forçados à mão armada e arrebanhados na areia próxima ao rio. O líder anunciou que apenas os homens seriam mortos. Assim Hladini, uma mulher, sabia que não seria morta.

De repente, aqueles dois devotos ouviram tiros de armas vindos da direção da ponte. Eles viram que os devotos capturados haviam sido baleados pelos homens de Johnson. Na madrugada, eles desceram da árvore. Ao invés de irem para o templo, andaram pelo rio onde viram o sari de Hladini flutuando na água.

Assim que o líder ergueu sua arma para disparar a primeira salva da execução, Hladini pulou para a frente e o atacou de mãos vazias. Ela gritou, "Como você ousa matar os devotos de Krishna? É melhor você me matar do que matá-los!" Hladini foi a primeira a ser baleada. Hladini, junto com os cinco devotos homens, tornou-se mártir da Guerra Liberiana.

Hladini devi dasi foi brutalmente fuzilada por um esquadrão armado, extrajudicial, numa Libéria dilacerada pela guerra, no oeste da África. 

"Quando ouvimos em Nova Vrindaban que havia ocorrido um golpe na Libéria e Hladini fora pega, toda a comunidade juntou-se no Palácio de Ouro e orou", relembra Manasa Ganga. "Quando ouvimos que Hladini havia sido morta, foi um grande choque. Nós executamos um serviço memorial e todos vieram porque ela era um dos mais amados devotos na comunidade. Ela tinha sempre um sorriso no rosto e estava sempre pronta para ajudar.


"Nada era um incômodo", disse Manasa Ganga com um sorriso triste. "Para Hladini, cuidar dos outros era sempre um prazer. Foi por isso que ela deu sua vida - para cuidar dos outros."

Nota do tradutor: Prince Yormie Johnson (nascido em 1952) é um político liberiano eleito Senador Sênior da Libéria em 2005, mantendo-se até hoje em 2017. Ex-líder rebelde, Johnson foi proeminente na Primeira Guerra Civil Liberiana, em particular por capturar, torturar, mutilar e executar o Presidente Samuel Doe, que derrubou e assassinou pessoalmente o presidente anterior, Willian R. Tolbert Jr. (fontes desta nota: Independent, Wikipedia e BBC)


                                           GBC Sobre O Herói Russo Vaishnava Ananta-santi Prabhu               
                                           Herói Vaishnava Sarvabhavana dasa

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Reprodução Livre CC, desde que atribuídas as autorias, fontes e não seja comercial
Fonte: Dandavats
Tradução, nota, ligações, fotos e reedição, apenas cronológica, por David Britto, 23 de janeiro de 2017, revisado e acrescentado "(ACBSP)" em 25 de janeiro de 2017.
Convido os leitores a, por favor, me avisarem de possíveis erros de tradução, gramática e digitação.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Ananta Dasa Babaji Diksa Parampara Parivara


            1.     Sri Krisna Caitanya Mahaprabhu
            2.     Sriman Nityananda Prabhu
            3.     Srimati Jahnava Thakurani 
            4.     Sri Dhananjaya Pandita Thakura 
            5.     Sri Jadu Caitanya Thakur Gosvami
            6.     Sri Jairam Thakura Gosvami 
            7.     Sri Ghanasyam Thakura Gosvami
            8.     Sri Jadabendra Thakura Gosvami
            9.     Sri Bankaraja Thakura Gosvami
            10.     Sri Asananda Thakura Gosvami
            11.     Sri Baburama Thakura Gosvami
            12.     Sri Balaram Thakura Gosvami
            13.     Sri Anandalal Thakura Gosvami
            14.     Sri ManuramaThakura Gosvami
            15.     Sri Gopal Candra Thakura Gosvami
            16.     Sri Kunjabihari Dasa Babaji Maharaja
            17.     Sri Ananta Dasa Babaji Maharaja

Ele iniciou cerca de 3.500 discípulos na tradição Gaudiya Vaisnava, incluindo pessoas de Vraja, da Bengala e de dúzias de países Ocidentais. Ele foi eleito como o Mahanta [Abade] do Radha Kunda, assim sendo o 34° representante do lugar de Sri Raghunatha Das Gosvami. Ele é amplamente reconhecido como um dos mais notáveis instrutores da tradição Gaudiya Vaisnava por conta de seus volumosos e abrangentes escritos, bem como devido a sua humildade e pureza de coração.




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Biografia Hagiografia de Pandita Sri Ananta Dasa Babaji Maharaja (2º Edição 2016)
Biografia Hagiografia de Sri Kunjabihari Das Babaji Maharaja

                                          

Tradução e publicação por David Britto, 12 de maio de 2016 / atualizado em 17 de agosto de 2016