Mahāprabhu e Prabhupāda nos Kumbha Melās
- Mahāprabhu no melā: por volta de 1502 D.C. (1424 Śakābda cf. CC 2.19.18 Sig.)
- Prabhupāda nos melās: 1925, 1928, 1971 e 1977
- A cada ano = melā (festival)
- A cada 6 anos = Ardha (metade) Kumbha-melā (kumbha: jarra)
- A cada 12 anos = Kumbha-melā ou Mahā Kumbha-melā (próximo 2013)
- A cada 144 anos = Kumbha-melā mais auspicioso (último: 1977, próximo: 2121)
Kumbha-melā é a maior congregação de seres humanos na
Terra. Em Allahabad a cada doze anos, sādhus e peregrinos de toda a
Índia reúnem-se no Triveṇī. [...] Uma versão menor, o Māgha-melā, acontece
anualmente no mês de māgha (dezembro a janeiro). Entretanto, janeiro de 1971,
aconteceu de cair na metade do ciclo de doze anos que separam dois
Kumbha-melās, e o Melā era conhecido como Ardha-kumbha-melā. Milhões de pessoas
participaram, e Śrīla Prabhupāda decidiu aproveitar a oportunidade e comparecer
ao Melā com seus discípulos para pregar. (SPL BBT Brasil 1987 cap. 5, pg. 176,
Vedabase 2012.1 vol. 4, chap. 33)
Imagem:
Prabhupāda no Ardha Kumbha Melā de 1971
Sentado em sua tenda com seus discípulos, Prabhupāda
explicou a importância do Ardha-kumbha-melā. Ele explicou que por milhões de
anos este tem sido um dos maiores locais sagradas da Índia. Durante o
aparecimento do avatāra de tartaruga, quando os demônios e os semideuses
batiam o néctar da imortalidade, uma gota desse néctar caíra ali. Desde então,
a cada seis e doze anos certos planetas auspiciosos formam uma jarra [kumbha],
e diz-se que esta jarra, cheia de néctar da imortalidade, despeja este néctar
sobre o Triveṇī. O Senhor Rāmacandra e Hanumān apareceram ali em Allahabad, e
ali o Senhor Caitanya ensinou a Rūpa Gosvāmī a ciência do serviço devocional.
Prabhupāda disse também que vivera em Allahabad com sua esposa e família, e que
em 1932 em Allahabad Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī o iniciara na Rūpa Gosvāmī
Gaudiya Math. Quanto aos Melās [festivais], qualquer pessoa que viesse e se
banhasse nos momentos auspiciosos em que o prāṇa jorrava dos céus tinha
garantida, quer a promoção aos planetas celestiais, quer a liberação.
[...]
Prabhupāda disse que, embora a maioria dos santos e sādhus
ali presentes não fossem autênticos, muitos eram yogīs perfeitos, alguns
deles com trezentos a quatrocentos anos de idade. Estes yogīs, de partes
remotas da Índia, vinham para o Melā e, então, voltava à reclusão. “Tenho
pessoalmente visto”, disse ele “que eles tomam banho no Ganges e surgem nos
sete rios sagrados. Eles mergulham no Ganges e surgem no rio Godāvarī. Então,
mergulham e surgem no rio Kṛṣṇā, e mergulham desta maneira.” Portanto, os
devotos deveriam respeitar todos os que compareciam ao Melā. (SPL BBT Brasil
1987 vol. 4, cap. 5, pg. 178-9. Vedabase 2012.1 vol. 4, chap. 33)
Prabhupāda começou a falar sobre a importância de sat-saṅga,
associação com os devotos, e o Dr. Patel gracejou: “Ao invés de fazerem sat-saṅga,
as pessoas vão ao Kumbha-melā!" Ele riu, como se aquela fosse uma boa
piada.
Mas Prabhupāda o corrigiu: “Não”, disse ele, “o
Kumbha-melā é sat-saṅga. Se você vai à Kumbha-melā para encontrar um
homem de conhecimento, então a sua Kumbha-melā é correta. Caso contrário, yat-tīrtha-buddhiḥ
salile na karhicit, sa eva go-khara. Se alguém pensa que esta salila,
ou água, é Kumbha-melā, então ele é um go-khara, uma vaca ou um asno. Já
a pessoa inteligente pensa, “Está por acontecer uma reunião de muitas pessoas
santas: por isso, vou tirar proveito do conhecimento deles.” [então ela é
inteligente.]
Desde quando chegaram a Bombaim, Śrīla Prabhupāda
vinha sendo indagado a respeito da próxima Kumbha-melā em Allahabad. A
Māgh-melā ocorria todo ano, porém, segundo cálculos astrológicos, a cada doze
anos advinha uma ocasião mais auspiciosa: a Kumbha-melā. E toda décima segunda
Kumbha-melā (um evento que só ocorria uma vez em 144 anos) era especialmente
auspiciosa. Naquele ano de 1977 seria observada uma dessas Melās especiais, e o
governo previa o comparecimento de doze milhões de pessoas na confluência dos
rios sagrados perto de Allahabad. Śrīla Prabhupāda havia dito que iria.
[...]
Tendas Kumbha Melā de 1977 (ciclo de 144 anos)
Imagem:
Prabhupāda no Kumbha Melā de 1977 (ciclo de 144 anos)
Os amigos do Dr. Patel também mencionaram as dificuldades de se ir a
Allahabad durante a Melā: muito frio e muita gente. Contudo, Śrīla Prabhupāda,
não mudou de idéia. Ele conhecia bem Allahabad, tendo morado lá com sua família
de 1923 a 1936.
“Em 1925 fui à Melā”, disse Prabhupāda.
[...]
Prabhupāda mencionou a Melā de 1928, à qual ele levara
seu filhinho.
[...]
“Na verdade, é uma conferência religiosa”, explicou
Prabhupāda. "Todos os diferentes grupos reúnem-se naquele lugar sagrado,
onde propagam sua filosofia. A Índia é o país da religião. Eles sabem que a
vida espiritual é mais importante que a vida material – assim é a Índia. [...]
(SPL BBT Brasil 1989 cap. 7, pg. 231-2. Vedabase 2012.1 vol.6, chap. 51)
Mahāprabhu no Melā em Prayāga e Instrução a Rūpa Gosvāmī
Imagem:
Caitanya Mahāprabhu instrui Rūpa Gosvāmī em Prayāga
Śrī Caitanya Mahāprabhu foi, então para Prayāga, onde Se banhou na
confluência do Ganges com o Yamunā. Em seguida, visitou o templo de Veṇī
Mādhava, onde cantou e dançou com amor extático.
Significado – A cidade de Prayāga fica a alguns quilômetros da cidade de
Allahabad. Este nome Prayāga deve-se aos bem sucedidos sacrifícios ali
realizados. Diz-se que prakṛṣṭo yāgo yāga-phalaṁ yasmāt. Quem
realizar sacrifícios em Prayāga com certeza não deparará com dificuldades para
lograr os resultados imediatos. Prayāga também é chamada de Tīrtharāja, o rei
de todos os lugares sagrados. [...] durante o Kumbha-melā, vêm pessoas de toda
a Índia para ficar por lá e banhar-se no Ganges e no Yamunā. Todos os
visitantes de imediato sentem a influência espiritual desse lugar. [...] Muitas
pessoas santas vivem lá, e, por isso, do ponto de vista espiritual ele é muito
atraente. (CC 2.17.149 e Significado, BBT Brasil 1986)
[...] em Prayāga Ele revelou a Rūpa Gosvāmī o transcendental
amor extático por Kṛṣṇa. Depois disso, o Senhor abraçou-o com muito ternura e
concedeu-lhe toda a Sua misericórdia. (CC 2.19.120 BBT Brasil 1986)
Śrī Caitanya Mahāprabhu permaneceu dez dias em Prayāga e instruiu Rūpa
Gosvāmī, outorgando-lhe a necessária potência. (CC 2.19.135 BBT Brasil
1986)
Anteriormente, no Daśāśvamedha-ghāṭa de Prayāga, enquanto instruía
teu irmão Rūpa Gosvāmī, doteio-o com a capacidade de compreender estas doçuras.
(CC 2.23.102 BBT Brasil 1986)
[...] Embora esses rios não conseguissem alagar Prayāga com água, Śrī
Caitanya Mahāprahbu inundou toda a área com as ondas do amor extático por Kṛṣṇa.
[...] Caitanya Mahāprahbu ficou em êxtase ao ver o Senhor Bindu Mādhava.
O Senhor cantava bem alto o santo nome de Hari. Dançando em amor extático e
erguendo os braços, Ele pedia a todos que cantassem “Hari! Hari!” Todos
ficaram pasmos ao ver a grandeza de Śrī Caitanya Mahāprahbu. Na verdade, não
posso descrever adequadamente os passatempos do Senhor em Prayāga. (CC
2.19.40-3 BBT Brasil 1986)
Disponível no blog Estudos Vaiṣṇavas
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