quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Diksa-gurus Femininas na ISKCON Documento do Concílio Aconselhador Sastrico



Um documento pelo Concílio Aconselhador Sastrico, Sastric Advisory Council (SAC)
Membros participantes na autoria deste documento: Suhotra Svami,  Gopiparanadhana Dasa, Drutakarma Dasa, Mukunda Datta Dasa, Purnacandra Dasa,  Devamrta Dasa

Introdução
Em 17 de setembro de 2003, o Concílio Aconselhador Sastrico (SAC) recebeu um pedido do Comitê Executivo (EC) do GBC requisitando a este a pesquisar o tópico filosófico do possível futuro de diksa-gurus femininas na ISKCON:
“Estamos cientes de que a possibilidade de devotos quererem que senhoras se tornem gurus na ISKCON está aí, mas até agora ninguém abordou o assunto de como corrigir ou apropriar isto para que possa estar de acordo com as declarações de Srila Prabhupada, sastra, declarações dos acaryas prévios ou considerações históricas. Agora que o nome de Urmila foi proposto como uma guru na ISKCON, isto trouxe o assunto para a pauta e o EC sente que há uma necessidade de pesquisa a ser feita para clarear a compreensão. Gostaríamos que o SAC pesquisasse isto e nos desse um relatório. Conduziremos uma discussão separada sobre o impacto cultural desta decisão. Tudo que pedimos de vocês é uma compreensão filosófica.”
A respeito do processo do caso particular de Urmila Devi na ISKCON, um membro do EC escreveu, “Até onde eu entendo, isto é um processo regular. Não mudamos a lei do GBC. Mas ela já recebeu três objeções, o que significa que sua nomeação vai diante de todo o corpo do GBC em Mayapur para discussão. Então, o corpo do GBC quer estar preparado sastricamente para discutir esta  questão, definir uma conclusão e executar um voto informado sobre isto. Também, queremos que os devotos em geral entendam que a decisão do GBC foi feita com o conhecimento da história e do siddhanta vaisnavas.”
Os membros do SAC sentiram que as circunstâncias da tarefa eram válidas e o tópico interessante e assim aceitaram a tarefa. Urmila Devi, entretanto, sendo um membro do SAC envolvida neste caso diante do GBC, isentou-se da discussão e de escrever este documento.
Ainda, para assegurar que todos os lados do tópico foram representados propriamente, o SAC aceitou um membro temporário representando os vaishnavas criados em Bharata onde se pode questionar a propriedade de devotas femininas como gurus conforme ao histórico cultural.
Os membros do SAC decidiram proceder por tentar reunir evidências nas seguintes categorias: (1) declarações de Srila Prabhupada (2) declarações por outros acaryas Gaudiya vaishnavas (3) declarações por outros acaryas vaishnavas (4) declarações dos smrtis vaishnavas e (5) exemplos históricos.
Também decidimos alargar nossa visão e assistir o GBC em suas discussões sobre o impacto cultural conduzindo uma pesquisa limitada aos líderes das sampradayas Gaudiya e outras vaishnavas; que será apresentada separadamente. Começamos nossa discussão em 8 de maio de 2004. Os resultados se encontram abaixo.

[...] 

Ponderando a Evidência e Concluindo
A única declaração negativa significante —“Suniti, entretanto, sendo uma mulher, e especificamente sua mãe, não podia se tornar diksa-guru de Dhruva Maharaja.” (Bhag. 4.12.32 significado) — pode ser interpretado diferentemente. Uma interpretação possível é que mulheres não podem iniciar devotos masculinos, mas poderia assim fazer com devotas femininas. Outra poderia ser que mulheres podem iniciar todos os outros exceto sua própria prole. Esta segunda interpretação poderia ser suportada pelo fato de que a segunda esposa do Senhor Nityananda, Sri Vasudha Devi, na iniciou seu próprio filho, Viracandra, mas Sri Jahnava Devi o fez. Em qualquer caso, Srila Prabhupada está se referindo a um incidente em um tempo específico no passado distante, e suas outras declarações tratando com o tempo presente (conversas com o Professor O’Connell ou com Atreya Rsi Dasa), e especificamente dentro da ISKCON, são mais valiosas como pramanas nesta discussão.
Adicionalmente, o sistema vaidika operava durante a Satya-yuga. Sob tal sistema, as mulheres geralmente não recebiam iniciação. Portanto, logicamente, elas também não podiam dá-la. Sob o sistema pancaratrika mais recente, entretanto, mulheres qualificadas podem aceitar e oferecer iniciação.
Apresentamos também declarações, por um lado, requisitando a dependência e proteção sociais das mulheres e, por outro, declarações atestando que em assuntos espirituais tais considerações podem ser transcendidas.
Quando olhamos para todas as declarações de Srila Prabhupada vemos que ele tinha a concepção de gurus femininas no futuro, i.e. se elas pudessem chegar ao padrão, e que havia gurus femininas no passado a quem Srila Prabhupada citou como evidência de sua posição. Mas ele disse que elas eram raras e então nós deveríamos seguir esta indicação.
Ponderando a evidência filosófica, a equipe do SAC conclui que devotas femininas, se qualificadas, devem ser permitidas dar iniciação na ISKCON.
Parece ser insustentável com base em guru, sadhu e sastra, ter uma política que defenda que nunca deve haver gurus femininas na ISKCON. O GBC, entretanto, pode escolher não ter gurus femininas no presente com base em tempo, lugar e circunstâncias ou considerações culturais. Mas assim deve ter alguma justificação do porquê deste tipo de política ser necessária agora.
Se o consenso do GBC é seguir com gurus femininas na ISKCON, então sugerimos pré-requisitos familiares a serem considerados. Os seguintes pré-requisitos levam em conta preocupações sociais:

Pré-requisitos e Apoio Familiares
Uma vez que é difícil averiguar o nível de bhakti de alguém, e para assegurar estabilidade, pode ser considerado prudente pelo GBC colocar alguns pré-requisitos familiares, não absolutos (do contrário violaria o verso kiba-vipra [Cc Madhya 8.128]), sobre as candidatas a guru femininas na ISKCON. Aqui estão algumas humildes sugestões:
a) A vaisnavi deve normalmente ser de uma determinada idade (p. ex. cinquenta ou mais).
b) A vaisnavi deve normalmente ter executado um número mínimo de anos de sadhana-bhakti. (p. ex. vinte e cinco ou trinta anos)
c) A vaisnavi deve normalmente ter algum apoio familiar, p. ex. marido, filho ou filha adulto, ou genro ou nora adulto, e uma base residencial para assegurá-la uma estabilidade psicossocial. Esta cláusula sugerida corresponde às muitas recomendações e advertências sobre mulheres tornarem-se independentes dadas nos dharma-sastras.
d) A vaisnavi deve normalmente ter um apoio espiritual na forma de pelo menos um ou mais siksa-gurus ou mentores seniores dos quais ela pode ter assistência.

Por que condições familiares devem ser colocadas para candidatas a guru femininas?
As mulheres têm uma natureza psicofísica diferente dos homens. Portanto, enquanto ainda estiver nos estágios sadhana de bhakti, uma candidata a guru feminina faria bem em ter algum apoio familiar. Ainda, é raro encontrar exemplos delas aceitando o papel de guru. Isto é claramente declarado por Srila Prabhupada nas conversas acima citadas. Estes pré-requisitos familiares são medidas simples para salva guardar e apoiar futuras gurus femininas sem sobrecarregar candidatas em perspectiva com burocracias desnecessárias.


Fonte: GBC (Tradução da Introdução e Conclusão do original de aproximadamente 14 páginas)
Tradução e resumo [...] por David Britto, 28 de fevereiro de 2013
Disponível no blog Estudos Vaisnavas

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